
Como disse, o antigo parâmetro do professor versus alunos não é mais suportável, então, simploriamente é oferecido ao estudante o papo cabeça imediatamente contrário: docente e discentes são farinha do mesmo saco. Será?

No esteio dessas contradições há, pelo menos para mim, uma diferença e delimitação básica entre aluno e estudante. Nas minhas intervenções em sala, de nada me vale tentar incutir em um camarada com 18 anos, por exemplo, algo que deveria ter sido apreendido aos oito. Improdutivo. Nisso as teorias da psicologia da educação são bastante claras (vide Piaget): aprendizados diferentes, idades ideais diferentes. Sim, mas, voltemos. Aluno são aqueles que fazem número na sala e que aparecem nas atas, chamadas e números do governo para obter recursos dos bancos mundiais de financiamento e quase sempre usados em campanhas eleitorais em gráficos multimídia. Já os estudantes – além da diferença terminológica sugerida pelos policamente corretos da educação – são os únicos beneficiários do atual sistema escolar. São eles que fazem diferença e não os professores como supõe a maioria da categoria docente. São eles que ultrapassam as condições horríveis de uma educação “gotancitiana” em que a maioria dita o que não vai ser objeto de estudo da minoria realmente interess

São também, estudantes, o exemplo claro que demonstra que o bom senso não pode ser ensinado de forma voluntária; são respeitosos (no sentido amplo) no momento em que essa qualidade é cafona (até mesmo o termo cafona está obsoleto); são criativos e não apenas inventivos como todos são em fases iniciais do aprendizado. São também jovens e se misturam aos outros transformando todo contexto em massa falida. Será mesmo? Ou será que estamos misturando joio, trigo e gasolina?
Notem que trato apenas da escola formal e não dos mecanismos informais, sem intervenção direta do estado.
Defendo a escola para quem quer escola. Universidade para quem quer universidade. Mudar circunstâncias adversas para quem reaje às adversidades. Daí também defendo oportunidades para todos, e principalmente, para os que veem na escola algo que a rua, a família, a marginalidade não pode dar. Defendo essa minoria. Acho que sou/estou meio cafona… Contestar o que mantém o status quo da escola moderna não parece um bom caminho que escolhi… Colocar no colo do aluno um pouco de responsabilidade também vai gerar os “traumas” cansativamente repetidos pelos policamente corretos. Parece que estou vendo o rebu: “seu reacionário! Você não sabe o que e com quem está falando!”
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